segunda-feira, 14 de julho de 2008

Verbum

Toda palavra é mistério. Oculto sopro de vida. (Osman Lins). É signo segredo de sentido inumerável.
Toda palavra é presente. Dádiva definição de uma realidade.
Toda palavra antecede. É prêmio na disputa inconsciente pela vitória dialética.
Toda palavra é... Vento sobre o nada, diafragma que difere, delimita imita limita idéias.
Toda palavra é o verbo que ainda não se fez carne. Mas é. Já é.
Prepara. Organiza. Antepara. Arte, pára.
E passeia livre, cognitiva.
Escarlate, carne... E sangue... E ossos. Corpo vivo. Célula morta.
Pedaço disforme conforme o informe.
E ação, nominação, articulação.
É a vida dos pensamentos. Corpo vivo do verbo que ainda não se fez carne.
Mas já é. E mesmo que o que o tempo passe, ela não passará. Não cessará.
Toda palavra é anjo caído na imensidão vazia de um mar de suportes.
Toda palavra é alma. E sendo alma, encarna-se num corpo multiforme de texto.
E espírito, é altiva, autônoma, sponte sua, spiritus ubi vult spirat.[1]

Veronica Cabral de Oliveira
18/11/07
[1] Por iniciativa própria, o espírito sopra onde quer.

Um comentário:

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