sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

¿Día de los enamorados? El amor en la boca de los poetas lusófonos



Aunque retrasado, espero que les guste. Feliz día del amor!







El amor en las letras portuguesas




Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto


Que mesmo em face do maior encanto


Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto


E rir meu riso e derramar meu pranto


Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive


Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama


Mas que seja infinito enquanto dure.


(Até um dia meu anjo)




Vinícius de Moraes






Amor é fogo que arde sem se ver




Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói e não se sente;


É um contentamento descontente;


É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;


É solitário andar por entre a gente;


É nunca contentar-se de contente;


É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;


É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,


Se tão contrário a si é o mesmo Amor?




Luís de Camões





Quem tivesse um amor


Quem tivesse um amor,


nesta noite de lua, para pensar um belo pensamento


e pousá-lo no vento!


Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível -


para se ver chorando, e gostar de chorar,e adormecer de lágrimas e luar!


Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,partisse por nuvens,


dormentes e acordado,levitando apenas, pelo amor levado...


Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,sem antes nem depois:


verdade e alegoria...Ah! quem tivesse...


(Mas, quem teve? quem teria?)




Cecília Meireles






Amor e seu tempo


Amor é privilégio de maduros


estendidos na mais estreita cama,


que se torna a mais larga e mais relvosa,


roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,


o prêmio subterrâneo e coruscante,


leitura de relâmpago cifrado,


que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,


salvo o minuto de ouro no relógio


minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,


depois de se arquivar toda a ciência


herdada, ouvida. Amor começa tarde.




Carlos Drummond de Andrade




AMOR




Humor




Oswald de Andrade






"O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida."




Fernando Pessoa
Deseo a todos muchos:

2 comentários:

  1. Sabes, Vero, cuando pienso en el Brasil, ese país que mi segundo país, pienso siempre en esta poesía de Vinícius de Moraes. ¡Cuantas veces repetí la estrofa "Que não seja imortal, posto que é chama; Mas que seja infinito enquanto dure" ! Lo digo en castellano para que lo entiendan mis hijos, mi esposa, mis amigos, todos: "Que no sea inmortal puesto que es llama, pero que sea infinito en cuanto dure..."

    En estos últimos tiempos tengo una nueva imágen asociada al Brasil: Es una hermosa sonrisa, unos brazos abiertos y unos ojos que me dicen "pasa, divide conmigo tus experiencias..."

    Besos

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  2. Bela ode ao sentimento original:)

    P.S: Faço referência a este nobre sentimento no trecho recente de Sobre Anna, conto que publico esporadicamente em meu blog - se se interessar, basta visitá-lo.

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